segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E a Greve, José?

Vamos entrar em greve? "Ah, vamos sim. Eu tava mesmo precisando descansar. Minha vida estava uma correria e eu estava ficando sem tempo pra nada." essa é a frase que todo mundo diz quando os professores anunciam que estão entrando em greve. Muito bonito ficar de férias até determinado ponto, o tempo vai passando, você vai organizando sua vida sem contar com horário da faculdade nenhum.

A impressão que você tem é que não vai voltar a estudar nunca mais. No final das contas, lá se vão meses de greve e você não sabe nem qual era a matéria que tinha, qual trabalho que tava pendente, o que que você estava estudando mesmo e onde é que era mesmo a sala?

Ai você, no auge do seu mau humor, daquela irritação de querer se formar logo, vem um engracadinho do DACO e manda no grupo da turma "Professores, não vamos desistir." Você tá me zuando né, amigo? Tudo bem que a greve é necessária, os salários precisam ser revistos e sem essa greve nada teria mudado, ok concordo. Mas acho que poderíamos dividir melhor as coisas.

Mas não, esses alunos adoram um acampamento, adoram uma revolução. A UFF, particularmente, deveria ter uma disciplina de "como fazer uma revolução", eta povo empenhado. Acho muito legal esses protestos (quando concordo com eles), mas não me chama não. Apoio, divulgo mas o bate panela lá e eu aqui tá? Maldito dia que eu na empolgação dos meus primeiros semestres resolvi entrar no diretório acadêmico. Pronto, meus dias não tiveram mais paz. Nunca fui convocada para tanta manifestação na vida.

Bom, finalmente entre manifestações, acampamentos, greves e tudo mais, as faculdades resolvem começar a voltar com suas aulas normais e adequar seus cronogramas aos meses e meses de inércia.

Chegou a hora da galera começar a entrar nos sistemas, ver as matérias que estavam fazendo, lembrar dos nomes dos professores e o número das salas, voltar a comer no bandejão, comprar material novo porque provavelmente aquele caderno da aula de terça já virou caderno de anotações, o da aula de sexta você já levou pro trabalho e tá na hora de começar do zero. Bora meu povo!! Setembro 2012

Arrumar o Quarto

Venhamos e convenhamos que arrumar o armário não é uma coisa fácil. E manter ele arrumado é quase uma missão. "Ah, Armário é aquela coisa que você organiza uma vez por mês e só mantém" Aham, deve ser.. Mora comigo pra você como que é tranquilo manter um armário organizado. Armário só não, o QUARTO. Ok, virginianos que me desculpem, mas quando o assunto é organização de casa eu sou um caso a parte. Mas também quando eu resolvo organizar e arrumar tudo, sai de baixo. Pena que não me pego nesses momentos de fúria sempre.

Para esse tipo de organização você precisa de um ritual. Primeiro de tudo você acorda muito feliz, segundo você tem que estar sem crise de alergia há um tempo, e em terceiro você precisa estar com disposição e tempo sobrando porque uma vez que você começa, sabe-se lá quando que vai sair de lá.

Começa pelo armário, dobra tudo, coloca tudo no cabide, fica lindo, você acha perfeito, ai você lembra que voltou da sua outra casa com roupa lavada e está tudo dentro da sua mochila (ah que lindo, que super vontade que dá pra começar quase tudo de novo), ai você finalmente termina e vai tomar um ar.

Ai você vai pra aquelas gavetas que você não mexe há um tempo, mas como tá precisando de espaço, resolve dar uma geral nelas. Ai é o "momento emoção" do dia, porque é naquela gaveta que tem: caderno do colégio, cartinha dos amigos, fotos, lembrancinha de num sei quem, guardanapo que você pegou no casamento de não sei quem, um monte de "cacareco" mas que você tem horror em pensar em jogar fora. Ai você, super maduro resolve dar um fim no passado, afinal de contas, você precisa de lugar pra guardar suas coisas, ai você pensa "ah não isso eu não posso jogar fora, ih.. nem isso.. poxa se eu jogar isso daqui fora vou me arrepender" e é ai que você rasga três papéis e fecha a gaveta cheia.

Depois do momento "good times" temos o momento alergia, porque tirar o pó da escrivaninha e dos móveis é necessário e eu nunca vi lugar pra juntar tanta poeira. Ai você, varre, espana, passa pano, se descabela, acha alguma coisa que ficou perdida e bota dentro de uma caixinha jurando que vai guardar depois, e ganha, ao final de tudo, um quarto impecável, uma alergia épica que vai durar a semana e uma conta na farmácia também, porque você acha que vai curar a alergia como?

É o que eu penso,ser muito organizado em casa pode ser prejudicial a saúde, vai por mim, tô com alergia não é a toa.. Junho 2012

E quem disse que morar longe de casa é fácil?

Quando eu digo "morar longe de casa" não quer dizer que eu não more numa casa, eu moro mas eu moro longe da minha terra (deu pra entender?). Enfim, quando eu mudei de faculdade, fui obrigada pelo trânsito carioca a me mudar para Niterói (sim, a terra de araribóia). E lá fui eu toda toda achando que tava abafando morar "sozinha". Vim pra uma república, ela é de família, direita, gente boa.. Mas não é a sua casa, não é a sua privacidade, até os vizinhos são diferentes. Você tem vários desafios: gravar o nome dos vizinhos do corredor (é sempre importante saber quem pode te dar uma xícara de café ou açúcar quando você mais precisar), gravar o nome do porteiro (muito fácil seria se fosse um só, e eu que tenho 3?) e fora tudo isso, saber os ônibus que você pega pra sair e chegar na sua casa, sem contar que você precisa estar por dentro das programações noturnas nas proximidades da sua residência.

Se não bastasse todos essas tarefas, você precisa a saber fazer comida sozinha, arrumar a casa, lavar roupa, fazer compras. Ah gente, vida de dona de casa recém chegada não é mole não. Optei no início, sabiamente, a comer no bandejão da faculdade, só que ai você começa a perceber a proporção que aquela refeição vai fazer na sua saúde em longo prazo e decide se cuidar, fazer compras e seguir as receitas da Ana Maria Braga.

O bom é que com o tempo você vai ficando sagaz, sabe os caminhos e atalhos da sua mais nova cidade, dá até uma corrida na praia pra tirar onda de minhoca da terra e até arruma um bom cronograma de eventos pro final de semana.

Mais maneiro do que isso é quando chega alguém de fora pra visitar. Você se acha dono da cidade, anda até um pouco na frente da pessoa na rua como se abrisse caminho, chama pra ir pra praia, pro campo de são bento e arruma uma "noitada" lembrando que você precisa forçar o sotaque pra mostrar que você já está mais do que adaptado. "Né" mole não, e quem disse que morar longe de casa é fácil?

Novembro 2011

Ahh, esses domingos.

Domingos Ah, os domingos. Tão ensolarados ou tão nublados, pode ter o tempo que for, domingo nunca é um dia legal. Domingo é dia de missa, feira e faustão, poxa que divertido (só que não). É aquele dia que você já acorda com pressa pra missa, antes do almoço tem que passar na feira e depois da nostalgia da tarde com pagode no vizinho você liga a televisão e vai ver o que? Faustão... É, ou não é pra ficar em depressão? Ah, é sim. Sem contar nas mil calorias que você ganha pela ausência de atividades durante o dia, e olha que você demorou uma semana inteira pra perdê-las. E quando você tem uma programação? É praia, é churrasco, é ida na casa das amigas. Olha, pode ter um milhão de coisas pra fazer que domingo vai ser sempre um dia triste, nostalgico e sem emoção. Sem contar também quando os domingos chegam principalmente quando você acabou de ficar solteiro mas está naquele momento de emagrecer e de chorar, nessas horas o domingo resolve ficar até nublado e com vento frio, só pra piorar sua situação. Podem tentar me convencer, podem dizer que é legal que nunca vai ser não é a toa que eu estou aqui num domingo (nublado, por sinal) escrevendo isso. Se tivesse tanta coisa pra fazer, eu não estaria aqui. Bom, é isso. Pelo menos já gastei uns 15 minutos desse dia tão tão divertido!

Abril, 2012